“-Buenas. Vá entrando e se abanque, índio-velho.
-O senhor quer que eu deite logo no divã?
-Bom, se o amigo quiser dançar uma marca, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo nem dinheiro”
-Bom, se o amigo quiser dançar uma marca, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo nem dinheiro”
Esse é apenas o primeiro diálogo entre o Analista de Bagé e um paciente em seu consultório no livro do incrível Luis Fernando Verissimo, que é mais uma preciosidade do acervo da UR encontrada em um sebo de Florianópolis.
“O Analista de Bagé” foi lançado em 1981 em forma de crônica, logo alcançando sucesso sendo adaptado para quadrinhos, em uma parceria entre Edgar Vasques e Verissimo. Lançou inclusive a publicação de um álbum pela editora gaúcha L&PM. Que produziu uma nova série para revista “Playboy” entre 1983 e 1992. A história ainda foi adaptada para o teatro e ficou durante muitos anos em cartaz tanto no Rio de Janeiro e São Paulo.
O livro é pequeno e fino, composto por várias histórias curtas sem uma cronologia especifica, sendo possível você abrir em qualquer página ler um texto e seguir a leitura de outro ponto. Mas nem por isso é um livro dispensável, muito pelo contrário, é um livro gostoso de ler e realmente divertido, porém, é interessante ter o mínimo de conhecimento no dialeto gaúcho, ou conhecer um para traduzir alguma expressões.
A minha edição é da coleção “Mestres da Literatura Brasileira e Portuguesa” da editora Record/Altaya, tem 132 páginas incluindo uma entrevista com o Analista de Bagé no final do livro.
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